segunda-feira, 12 de abril de 2010

QUE QUER QUE EU TE FAÇA?







UM dos quadros mais deliciosos do evangelho de Marcos é o de Bartimeu, mais conhecido como cego de Jericó. Uma cena comum, onde Jesus passava era sempre seguido por uma grande multidão; estava ele não entrando na cidade, mas saindo...a sua fama já se tinha espalhado por tudo quanto é canto. Todos falavam do mestre, do taumaturgo, “aquele que faz milagres, que cura”. Não havia outra conversa a não ser sobre Jesus. Até os mendigos, os cegos, sabiam da notícia de Jesus.

Havia um mendigo que era cego, Bartimeu, sentado à beira do caminho. Mendigos e cegos sempre estão à beira do caminho, onde passa muita gente, esperando obter alguma esmola e suplicando por amor de Deus. Bartimeu não é diferente. Ele está lá. Cego não vê, não pode saber quem está passando, somente perguntando. Quando se conscientiza que é Jesus , não lhe resta senão uma coisa: GRITAR. Há momentos de quase desespero em nossa vida, por tantos problemas que passamos, por dificuldades, noites escuras, abandono de todos, que nos sentimos “mendigos, cegos e sentados à beira da estrada”...na espera que passe Jesus de Nazaré para gritar-lhe que precisamos dele, necessitamos de sua ajuda e de seu amor.

Quando estamos tomados pela dor Jesus é o único amigo que nunca nos abandona, mas ele quer que nós lhe gritemos pedindo ajuda. Mas o nosso grito de confiança e de amor escandaliza os que vêem em Jesus somente um líder e não o salvador. Por isso que Bartimeu chamando Jesus faz a sua profissão de fé: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Que significa “Jesus ama-me!” Este grito perturba os que não têm fé por isso o mandam calar até com maus modos. Mas ele não desiste. Nunca devemos desistir de invocar Jesus nas nossas dificuldades, mesmo quando nos mandam calar. O grito da fé e da necessidade supera todos os medos.

O amor de Jesus para os que o chamam é sempre maior dos que querem impedir-lhe de encontra-lo. Ele veio por nosso amor. Não importa quem o chama, pode ser “rei, santo, pecador, mendigo, cego, surdo...” Uma vez que o chamamos com amor e perseverança sem nos cansar ele nos manda chamar...É tão bonito o gesto de Jesus que manda chamar o cego Bartimeu. Nós nos sentimos feridos e felizes ao mesmo tempo pela mudança de atitude dos que estão perto do cego e o repreendiam porque gritava, mas agora que o mestre o chama dizem-lhe: “coragem, levante-se, ele te chama!”

Sempre encontraremos alguém que nos nossos sofrimentos nos estimulará para que possamos corajosamente continuar a nossa oração e pedido. Diante deste chamado de Jesus o evangelista nos apresenta uma transformação do mesmo cego: “jogou fora o manto, deu um pulo e correu para Jesus.” Vale a pena tentar reviver esta cena de uma beleza rara, mística: um mendigo que joga fora o manto, um cego que corre...e se aproxima de Jesus. Ninguém pode parar a força do amor que nos dá coragem e olhos, pés, vontade de superar todas as limitações.

Que quer que te faça? A pergunta de Jesus para o cego pode nos parecer até descabida, obvia, inútil e ofensiva. O que Jesus poderia fazer para um cego? Mas Jesus quer ouvir dele mesmo, de Bartimeu, que assuma a sua verdadeira necessidade e peça o que mais deseja. O cego não diz que quer escutar...estava escutando demais...Que eu corra, estava correndo, dando provavelmente cotoveladas em todos...Mas que eu veja. É a vista que necessita, sabe que a única coisa que ele precisa para ser feliz. E Jesus reconhecendo o seu pedido, cura-o para sempre. “Rabi, mestre, que eu veja!”

Estas palavras possam se gravar na profundidade de nosso coração e que quando a noite chegar, não saibamos desistir de buscar a luz. Ele o mestre, sempre nos chama e nos perguntará: Que quer que te faça?

Pense bem o que hoje você mais necessita de Jesus. O que você gostaria que ele te fizesse? Ele vai te perguntar e te curar.


Que Deus os abençõe


Auremeire



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